O que é o Design Biofílico e Neuroarquitetura?
O design biofílico e neuroarquitetura é uma abordagem arquitetônica e de interiores que busca reconectar o ser humano à natureza por meio de elementos naturais incorporados ao espaço construído. O termo “biofilia” vem do grego bios (vida) + philia (amor, afinidade), e foi popularizado pelo biólogo Edward O. Wilson, na década de 1980, para descrever a tendência inata dos seres humanos de buscar conexão com o mundo natural.
Na prática, o design biofílico e neuroarquitetura vai muito além de simplesmente colocar plantas em ambientes internos. Isso porque, mais do que estética, trata-se de criar experiências sensoriais completas, em que materiais, iluminação, ventilação, texturas, sons e até aromas remetem ao contato direto com a natureza. Assim, o espaço passa a promover equilíbrio, bem-estar e acolhimento.
Contexto Histórico
A relação entre ser humano e natureza é ancestral. Desde os primórdios, o homem buscou abrigo, conforto e equilíbrio em ambientes naturais, moldando sua percepção de segurança e bem-estar. Nas civilizações antigas, como o Egito, a Grécia e Roma, já era possível observar a integração entre espaços construídos e elementos naturais. Jardins internos, pátios abertos e o uso de materiais como pedra e madeira eram valorizados não apenas por questões práticas, mas também por seu poder simbólico e espiritual.
Na tradição oriental, especialmente no Japão e na China, a busca pela harmonia entre o ser humano e o ambiente natural sempre esteve presente. Exemplos disso são os jardins zen japoneses, que representam a contemplação da natureza, e os princípios do feng shui, que orientam o equilíbrio energético dos espaços por meio da relação entre luz, vento, água e formas orgânicas.
No entanto, foi apenas no século XX que esses conceitos ganharam um caráter científico. O termo biofilia foi popularizado pelo biólogo americano Edward O. Wilson, em 1984, no livro Biophilia. Wilson apresentou evidências de que os seres humanos possuem uma tendência inata a buscar conexão com outras formas de vida e com o mundo natural. Essa ideia trouxe bases científicas para aquilo que já era intuitivo: o contato com a natureza é essencial para a saúde física, mental e emocional.
Na mesma década, o pesquisador Roger Ulrich conduziu estudos pioneiros em Evidence-Based Design. Em um dos mais conhecidos, realizado em 1984, ele analisou a recuperação de pacientes hospitalares: aqueles que tinham vista para a natureza se recuperavam mais rápido, necessitavam de menos analgésicos e apresentavam níveis mais baixos de estresse do que pacientes com vista para paredes ou muros. Esse foi um marco que consolidou a importância da presença de elementos naturais em ambientes de saúde.
A partir dos anos 1990, o conceito começou a se expandir para a arquitetura e o design de interiores. Pesquisadores e profissionais passaram a desenvolver estratégias práticas para integrar a natureza em espaços urbanos, sobretudo diante do crescimento das cidades e do distanciamento cada vez maior entre pessoas e ambientes naturais. Nesse período, o design biofílico ganhou destaque como ferramenta para reduzir os impactos da urbanização acelerada na saúde das populações.
No início do século XXI, surgiu a Neuroarquitetura, consolidada por estudos interdisciplinares que unem neurociência, psicologia e arquitetura. Essa área investiga como características dos espaços — como luz, sons, texturas, proporções e cores — afetam diretamente o cérebro humano, influenciando emoções, produtividade e bem-estar. Assim, a neuroarquitetura passou a oferecer a base científica que explica por que o design biofílico funciona, fortalecendo sua aplicação em hospitais, escolas, empresas e residências.
A pandemia de COVID-19, por sua vez, reforçou essa necessidade de forma ainda mais evidente. A falta de contato com o ar puro, com ambientes saudáveis e com o mundo exterior escancarou os impactos negativos da ausência de natureza em nossas vidas. Ansiedade, estresse e fadiga mental aumentaram, ao mesmo tempo em que cresceu a demanda por ambientes mais humanos, acolhedores e conectados com o natural.
Hoje, o design biofílico e neuroarquitetura se apresentam não apenas como tendências, mas como respostas essenciais para os desafios da vida contemporânea. Eles unem tradição, ciência e inovação, oferecendo soluções que transformam espaços em ambientes mais saudáveis, acolhedores e emocionalmente equilibrados.
Princípios Fundamentais do Design Biofílico e Neuroarquitetura
1. Luz natural e qualidade luminosa
A luz é um dos elementos mais importantes do design biofílico e da neuroarquitetura, pois influencia diretamente nosso ritmo circadiano, responsável por regular sono, disposição e humor.
- Ambientes bem iluminados com luz natural aumentam a sensação de vitalidade, reduzem o uso de iluminação artificial e contribuem para a produtividade.
- Já a iluminação artificial, quando planejada corretamente (com luz quente, difusa e regulável), pode simular os ciclos da natureza, ajudando no relaxamento à noite e na concentração durante o dia.
- É nesse ponto que a ACCORD Iluminação se destaca, pois suas peças não apenas iluminam, mas também criam atmosferas emocionais que trazem aconchego, conforto visual e sofisticação. Ao unir a madeira natural à luz difusa, a ACCORD entrega qualidade luminosa que transforma o ambiente em uma experiência de bem-estar.
2. Materiais naturais
O uso de madeira, pedra, fibras e outros elementos naturais tem impacto direto no bem-estar.
- Estudos científicos (Ikei et al., 2017) mostram que tocar na madeira, por exemplo, ativa o sistema nervoso parassimpático, responsável por reduzir estresse e promover relaxamento.
- Além do toque, a percepção visual desses materiais cria acolhimento e transmite proximidade com a natureza.
Esses elementos tornam os espaços mais calorosos e humanos, combatendo a frieza de materiais artificiais.
3. Conexão visual com a natureza
Ver a natureza, mesmo que indiretamente, já é suficiente para gerar benefícios.
- Janelas amplas, vistas para jardins, fachadas verdes ou até painéis que tragam elementos naturais aumentam a concentração e reduzem fadiga mental.
- Pesquisas (Ulrich, 1984) comprovam que pacientes hospitalares com vista para árvores se recuperam mais rápido do que aqueles que viam apenas muros.
Portanto, a visão da natureza é um remédio silencioso que atua no bem-estar físico e emocional.
4. Elementos biomiméticos
São formas, texturas e padrões inspirados na natureza.
- Estruturas como favos de mel, ondas, galhos ou fractais são percebidas pelo cérebro como familiares e agradáveis, reduzindo a sensação de rigidez dos espaços urbanos.
- Podem ser aplicados em luminárias, móveis, revestimentos e até na arquitetura.
- Na ACCORD Iluminação e Home, essa biomimética está presente não apenas nas luminárias, mas também em seus móveis, que são produzidos com lâminas naturais provenientes de fontes certificadas. Essa escolha reforça o compromisso da marca com a sustentabilidade e com o respeito à natureza.
- Além de sua funcionalidade prática, os móveis ACCORD se destacam por formatos únicos e orgânicos, que se adaptam harmoniosamente a diferentes ambientes, traduzindo de forma elegante o significado dos elementos biomiméticos.
- Nas luminárias, as curvas suaves, a combinação da madeira com a luz difusa e os acabamentos autorais remetem à organicidade da natureza. Já nos móveis, o design inspirado em linhas naturais valoriza a sensação de acolhimento e cria espaços mais humanos e sofisticados.
Assim, luminárias e móveis ACCORD não são apenas peças funcionais, mas também expressões de biomimética aplicada ao design, unindo estética, sustentabilidade e bem-estar.
5. Água, ar e sons naturais
O contato sensorial com a natureza não é apenas visual, mas também auditivo e tátil.
- Sons como água corrente, vento ou canto de pássaros reduzem estresse e induzem estados de calma.
- A ventilação cruzada, por exemplo, melhora a qualidade do ar e promove conforto térmico.
- A presença da água, seja em fontes ou espelhos d’água, transmite frescor e movimento.
Esses estímulos multissensoriais ajudam a criar ambientes vivos, dinâmicos e relaxantes.
Design Biofílico e Neuroarquitetura na Ciência
A neuroarquitetura complementa o design biofílico, uma vez que estuda cientificamente como os ambientes afetam o cérebro humano, as emoções e os comportamentos.
- Primeiramente, a luz regula o ritmo circadiano, influenciando sono e disposição.
- Em segundo lugar, materiais naturais ativam o sistema nervoso parassimpático, promovendo relaxamento.
- Além disso, espaços abertos e verdes reduzem a atividade da amígdala cerebral, ligada ao estresse.
- Por fim, o contato multissensorial melhora o humor e reduz a ansiedade.
Portanto, o design biofílico e neuroarquitetura nos reconecta à natureza e, ao mesmo tempo, comprova cientificamente os efeitos positivos que os ambientes podem causar na saúde física e mental.
Um Caso Inspirador: Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Em novembro de 2023, a Comunidade Biofílica, liderada pelas arquitetas Mari Banderó, Bia Rafaelli e Quetini Winter, entregou o projeto de revitalização da ala de Diálise Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Segundo a arquiteta Mari Banderó, a proposta foi trazer o design biofílico e neuroarquitetura como aliados da saúde e do bem-estar das crianças, seus pais e também dos funcionários da unidade. Dessa forma, foram aplicadas estratégias para criar ambientes mais leves, acolhedores e com maior conexão com a natureza, reduzindo estresse e ansiedade durante o tratamento.

Na sala dos funcionários, a presença de elementos naturais e a iluminação foram fundamentais. Para isso, a Accord Iluminação entrou como parceira, fornecendo peças de design sofisticado e alinhadas com os valores do projeto: a Arandela Sakura e os Pendentes Semi Cilíndricos.
“Foi emocionante o dia da entrega destes ambientes à Santa Casa e às crianças.
Temos certeza de que a partir de agora elas terão uma rotina mais leve e saudável.
Agradecemos à Accord por essa parceria tão especial
e que venham muitas outras igualmente nobres.”
— Arquiteta Mari Banderó (@maribandero)
Esse caso mostra, na prática, como o design biofílico e neuroarquitetura podem transformar vidas, especialmente em contextos de saúde, unindo ciência, sensibilidade e design.

Accord Iluminação: luz e madeira como sinônimo de aconchego
Dentro do universo do design biofílico e neuroarquitetura, a ACCORD Iluminação se destaca como uma marca que traduz esses conceitos em peças de design autoral e sofisticado. Ao incorporar a madeira em suas luminárias, a ACCORD não apenas cria produtos elegantes, mas também introduz um elemento natural que transmite aconchego e bem-estar, tanto para os ambientes quanto para os usuários que os vivenciam diariamente.
A madeira, por sua textura orgânica e calor visual, é capaz de suavizar espaços, equilibrar atmosferas modernas e despertar sensações de acolhimento. Quando combinada à iluminação suave e difusa, característica das peças da ACCORD, ela reforça a ideia de que luz e materiais naturais transformam emoções.

Esse efeito está diretamente ligado ao que já discutimos em nosso último artigo publicado no blog: “Como a Iluminação Transforma o Humor e Conforto dos Ambientes”. Nesse texto, mostramos como a luz influencia diretamente a percepção espacial, o relaxamento e até a saúde mental. Ao unir essa potência da iluminação com a presença marcante da madeira, a ACCORD cria não apenas luminárias, mas verdadeiras experiências sensoriais, que tornam os ambientes mais acolhedores, humanos e sofisticados.
Assim, seja em residências, escritórios, hotéis ou projetos especiais, as peças da Accord Iluminação e Home são exemplos perfeitos de como o design biofílico e neuroarquitetura podem ser aplicados de forma prática e estética, conectando ciência, natureza e design em um único propósito: melhorar a qualidade de vida das pessoas através da luz e do aconchego natural da madeira.
Conclusão: natureza como luxo essencial
O design biofílico e neuroarquitetura demonstram que projetar ambientes não é apenas criar estética, mas sim promover experiências humanas completas.
Em um mundo urbano cada vez mais acelerado, trazer elementos naturais para os espaços significa reconectar pessoas à sua essência, ao mesmo tempo em que melhora a saúde física, mental e emocional.
A união de luz e madeira nos projetos da Accord Iluminação e Home traduz o design biofílico e neuroarquitetura de forma sofisticada e acessível, provando que essa abordagem não precisa ser complexa para ser transformadora.
Portanto, design biofílico e neuroarquitetura são mais do que estética são qualidade de vida.
📚 Referências e créditos citados:
- Wilson, E. O. (1984). Biophilia. Harvard University Press.
- Ulrich, R. S. (1984). View through a window may influence recovery from surgery. Science.
- Ikei, H., Song, C., & Miyazaki, Y. (2017). Physiological Effects of Touching Wood.
- Lowry, C. A. et al. (2007). Serotonin and emotional regulation.
- Nadkarni, N. et al. (2017). Impacts of nature imagery on people in nature-deprived environments.
- Mooney, P. & Nicell, P. L. (1992). Importance of exterior environment for Alzheimer residents.
- Goldhagen, S. W. (2017). Welcome to your world.
- Paiva, Andréa – NeuroAU.
- Relato da Arquiteta Mari Banderó, Comunidade Biofílica.